Cadê o bendito transistor?

sexta-feira, novembro 25, 2005

A história dos três porquinhos contada por um engenheiro

Um Pai, engenheiro de profissão, conta a história dos 3 porquinhos ao filho para o adormecer:

Era uma vez três porquinhos genéricos, a saber, P1, P2 e P3 e um Lobo Mau, por definição, LM, que vivia a atormentá-los. P1 era muito inteligente e estava cursando Engenharia de Automação e já era formado em Engenharia Civil. P2 era arquiteto e vivia em fúteis devaneios estéticos absolutamente desprovidos de cálculos rigorosos. P3 fazia Comunicação e Expressão Visual nas Belas Artes.

LM, na Escala Oficial da ABNT, para medição da Maldade (EOMM) era Mau nível 8,75 (arredondando a partir da 3a casa decimal para cima). LM também era um mega-investidor imobiliário sem escrúpulos e cobiçava a propriedade que pertencia aos Pn (onde "n" é um número natural e varia entre 1 e 3), visto que era de boa conformidade geológica e configuração topográfica, e ficava perto da beira mar, com excelente vista panorâmica.

Mas nesse promissor perímetro, P1 construiu uma casa de tijolos sensata e logicamente planeada, toda protegida com mecanismos automáticos. Já P2 montou uma casa de blocos articulados feitos de mogno que mais parecia um castelo lego tresloucado. Enquanto P3
planeou no AutoCad e montou ele mesmo, com cordas, uma cabana de palha com teto solar, e achava aquilo "o máximo".

Um dia, LM foi até à propriedade dos suínos e disse, encontrando P3:
-Uahahhahaha, corre P3, porque vou soprar, e vou gritar e vou chamar o Conselho de Engenharia e Construção Civil para denunciar a sua casa de palha projetada por um formando em Comunicação e Expressão Visual!

Ao que P3 correu para sua amada cabana, mas quando chegou lá os fiscais do Conselho já haviam deitado tudo abaixo. Então P3 correu para a casa de P2.

Mas quando chegou lá, encontrou LM à porta, batendo com força e gritando:
- Abra essa porta, P2, ou vou gritar, soprar e gritar e chamar o Greenpeace, para denunciar que você usou madeira nobre de áreas não reflorestadas e areia extraída ilegalmente da praia para misturar com o cimento.

Antes que P2 alcançasse a porta, esta foi deitada abaixo por uma multidão ensandecida de eco-chatos que invadiram o ambiente, vandalizaram tudo e ocuparam os destroços, pisando e entoando palavras de ordem. Ao que P3 ergue P2 e os dois correm para a casa de P1.

Quando chegaram na casa de P1, este os recebe e os dois caem ofegantes na sala de entrada.

P1: O que houve?
P2: LM, lobo mau por definição, nível 8.75, destruiu nossas casas e expropriou os terrenos.
P3: Não temos para onde ir. E agora, que farei eu? Sou apenas um formando em Comunicação e Expressão Visual!

Tum-tum-tum-tum-tuuummm!!!! (batidas à porta)
LM: P1, abre a porta e assina este contrato de transferência de posse de imóvel, ou eu vou gritar e gritar e chamar os fiscais do Conselho de Engenharia para te investigarem!!!

Como P1 não abria (apesar da insistência covarde do porco arquiteto e do.. do... "comunicador e expressivo visual"?) LM chamou os fiscais, e estes fizeram testes de robustez do projeto, inspeções sanitárias, projeções geomorfológicas, exames, cálculos com muitas integrais,
matrizes, e geometria analítica avançada, e não encontraram nada de errado. Então LM gritou e gritou pela segunda vez, e veio o GreenPeace, mas todo o projeto e implementação da casa de P1 era ecologicamente correta.

Cansado e esbaforido, o vilão lupino resolveu agir de forma irracional (porém muito comum nos contos de fada): ele pessoalmente escalou a casa de P1 pela parede, subiu até à chaminé e resolveu entrar, para a invadir. Mas quando ele desceu pala chaminé, um dispositivo eletrônico, instalado por P1, captou sua presença por um sensor térmico e ativou uma catapulta que impulsionou com uma força de 33.300N, LM para cima, num ângulo de 33,62º. Este subiu aos céus, numa trajetória parabólica modificada, alcançando o zénite, onde sua velocidade chegou a zero, a 200 metros do chão. Agora calcule, admitindo que a gravidade vale 9,81 m/s2:

a) a massa de LM;
b) o deslocamento no eixo "x", tomando como referencial a chaminé - considere o arrasto por atrito viscoso;
c) a velocidade de queda de LM quando este atingiu o chão - dica: chame tg(vXo) de sen(vox).

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Rodrigo Nascimento Delfino
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